sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Tantas emoções


Sou eu de novo, metendo a minha colher no blog do marido. Já sei, tenho que fazer um pra mim logo, mas enquanto isso aproveito mais um pouquinho a distração dele. Daqui a pouco estou saindo para o show do Rei Roberto Carlos, no Gigantinho, em Porto Alegre. A programação é uma “farofa” de primeira. Excursão, é claro, em ônibus daqueles de dois andares. Isso mesmo, e nós vamos na andar de cima (morro de medo, coisa de “matusca” do Areal fundos!!). O time da “farofa” ainda tem a minha mãe e minha irmã Kiki, que veio especialmente da fronteira (Jaguarão) para este grande evento. É a primeira vez que vamos a um show juntas, na capital. Imagina, 40 anos esperaram para que um feito desses acontecesse.

Mas o mais emocionante desse repertório familiar, é que aprendi a ouvir Roberto Carlos com minha avó, Nóris (a quem sempre chamei carinhosamente de Chochó!). Ontem curiosamente, era o aniversário dela. Para quem me conhece, sabe que morro de saudades das minhas duas avós, a Choco e a Voinha. Aproveitei muito cada uma delas, mas sinto até hoje saudade de verdade dessa duplinha. Sonho com elas de vez enquando, e são sempre sonhos bons, alegres, como foi a vida de cada uma delas. E quando soube da vinda do “Rei”, lembrei de cara da Chochó. Como ela amaria estar naquela platéia. Animada como era, seria a primeira inscrita na excursão. E nada de hotel e estada em Porto Alegre. Ela gostava mesmo era da função, da farofada!

O repertório do Roberto Carlos marcou minha infância. Como morávamos com ela (ou ela conosco!) na Charqueada, a Kiki e eu passávamos muito tempo na volta do quarto dela. Era uma avó bonitona, super moderna para o seu tempo, sempre nos trinques. Com enormes olhos cor de esmeralda e um brilho que vinha lá de dentro. Meu avô morreu cedo, quando eu tinha dois anos, mas tenho a impressão que aquele amor dos dois foi embalado eternamente pelas músicas do Rei. Tenho certeza de que quando ela tirava o disco de vinil da capa e colocava pra rodar na vitrola, aquelas duas almas se encontravam para dançar em alguma dimensão. Ela cantava com uma intensidade cada música...Quem os conheceu conta: foi uma amor de filme!

Então, nossos Natais de criança eram sempre embalados pela mesma música: “A Montanha”! Nos reuníamos no salão daquela casa secular, esperando a meia-noite e dançando aquela trilha de sucesso eterno. Tinha outra que ela amava, “Jesus Cristo”. Lembro que levantava os braços pra cima e parecia que estava em linha direta com o céu, na maior alegria. Pois então, era essa a característica mais marcante da minha Chochó. Ela não esmorecia e mesmo nas dificuldades segurava a onda, com otimismo. De alguma forma procuro levar um pouco do que ela ensinou para minha vida. Lembro que quando passamos aquele perrengue com a Sofia, no hospital, fui buscar na música do Rei, “Nossa Senhora”, um conforto para alma. Foi um jeito de seguir os ensinamentos da Chochó. E deu certo!!

Por isso hoje, não tem como não lembrar dela. Quando aquele Gigantinho estiver vibrando, vou olhar pra uma estrelinha do céu mais brilhante, com a certeza de que a Chochó estará assistindo tudo de camarote, com vista privilegiada. E vou gritar no meio da platéia, um pedido especial...para ele cantar “A Montanha”, só pra gente matar a saudade!

“Eu vou seguir uma luz lá no alto eu vou ouvirUma voz que me chama eu vou subirA montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezarEu vou gritar para o mundo me ouvir e acompanharToda minha escalada e ajudarA mostrar como é o meu grito de amor e de féEu vou pedir que as estrelas não parem de brilharE as crianças não deixem de sorrirE que os homens jamais se esqueçam de agradecer”


beijoooo,
Gabi

2 comentários:

  1. Minha irmã amada, hoje é e será um dia pra lembramarmos para sempre, estou tão feliz de estar fazenda essa farofada em família é uma pena que não conseguirmos fazer isso junto com as nossa vozinhas, mas tenho certeza que as duas estão lá em cima espiando a gente. E se Deus quiser um dia nossos e filhos e netos se lembraram de nós com o mesma admiração que temos por elas, pois nossas raízes são tão profundas somos realmente uma familia e como diz o REI "Você é meu amigo de fé meu irmão camarada..." O gigantinho que nos aguarde.
    Bjs kik's

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  2. Buááá entendem minhas lágrimas ne!! Trio..eu tbm fui com minha dupla favorita ver o rei e foi o máaaximo...mtas mtas mtas emoções..assim como teu post Gabi..q me deixou do avesso!! Bj, MMS

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